terça-feira, 28 de abril de 2015

1º VS 1.º



     A necessidade de escrever cada vez mais rápido, ou a simples preguiça, fez com que as abreviaturas ocupassem um lugar de destaque em textos da mais variada natureza. No entanto, as abreviaturas regem-se por algumas regras importantes que evitam confusões e ambiguidades.
Naturalmente, não sou contra o uso das abreviaturas, sou antes a favor do seu bom uso.

     O ponto abreviativo (.) é indispensável nas palavras abreviadas, significando a ausência de letras.

     Por exemplo, a abreviatura de "primeiro" será 1.º. O ponto significa que o cardinal se lê "primeir", com a terminação da palavra em índice superior (º). Se for "primeira", será antes 1.ª, uma vez que a última letra é um -a.

     Só não se recorre ao ponto nos símbolos (ex.: elementos químicos: ouro = Au; bário = B; etc.) e nas unidades de medida (que também são símbolos: metro = m; quilómetro = km; etc.).
      É o caso também do símbolo de grau. Vejamos:

1º = um grau, mas 1.º = primeiro


Atentemos na frase:

“A Maria ficou em primeiro lugar na corrida.”
           

Vamos abreviar o numeral:

A Maria ficou em 1.º lugar na corrida. (1.º significa “primeiro”)

A Maria ficou em lugar na corrida. (1º significa um grau, logo a frase seria “ A Maria ficou em um grau lugar na corrida”, o que não faz qualquer sentido).

sábado, 25 de abril de 2015

Vírgula



A colocação da vírgula numa frase pode suscitar bastantes dúvidas.
A célebre explicação “coloca-se uma vírgula sempre que se fizer uma pausa ao dizer a frase” não faz sentido porque cada pessoa tem um ritmo diferente ao falar.
Assim, existem algumas regras e truques que nos podem ajudar a saber se estamos a empregar a vírgula corretamente.

Estamos a colocar corretamente a vírgula:
 
1. Com elementos que podemos listar


Ex.: João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.

Podemos formar uma lista com os nomes das pessoas?

  • João
  • Maria
  • Ricardo
  • Pedro
  • Augusto


Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original.

Então: João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.

Note que antes de “e Augusto” não colocamos vírgula. Regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico que será explicado mais à frente.



2. Ao separar explicações que estão no meio da frase

Explicações que interrompem a frase são “mudanças de pensamento” e devem ser separadas por vírgula.

Ex.: Mário, o rapaz que traz o pão, não veio hoje.

Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Estamos na presença de um aposto.


Ex.: A Joana e o Tiago, que são amigos, foram acampar.



Estamos a dizer algo sobre o sujeito “A Joana e o Tiago” portanto deve vir entre vírgulas pois é uma oração relativa explicativa.


3. Na presença de um vocativo

Ex.:
João, já viste a fotocopiadora?
Não te deixes enganar, Leonor.


4. Ao separar orações independentes

Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto.

Ex.: Foi à cozinha, abriu o saco, tirou a caixa, foi-se embora.

Neste exemplo, cada vírgula separa uma oração independente, ou seja, cada oração faz sentido “por si só”.
Foi à cozinha.
Abriu o saco.
Tirou a caixa.
Foi-se embora.


5. Antes de conjunções coordenadas adversativas

São elas: mas, porém, pois, embora, contudo, todavia, portanto, logo.

Ex.: Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.


6. Quando as duas (ou mais) orações se referem a sujeitos diferentes

Ex.:
O sol já ia fraco, e a tarde estava agradável.

A primeira oração fala do sol, enquanto que a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:

Ainda outro exemplo: A mulher morreu, e cada um dos filhos herdou uma fortuna.


Quando é que não se usa a vírgula?

Nunca podemos empregar uma vírgula para separar o sujeito do predicado.

Ex.:
*João, gosta de comer batatas.
João gosta de comer batatas.

*A Alice, a Maria e o Manuel, querem ir para a escola amanhã.
A Alice, a Maria e o Manuel querem ir para a escola amanhã.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Pretérito Perfeito VS Pretérito Imperfeito

     Quando nos referimos a ações que ocorreram no passado, recorremos, geralmente, ao Pretérito Perfeito ou ao Pretérito Imperfeito do modo Indicativo.
     As principais características destes dois tempos são:

Pretérito Perfeito - ações ocorridas num passado mais recente e que aconteceram "uma vez".
Pretérito imperfeito - ações ocorridas num passado mais longínquo e que eram contínuas.


Estes dois tempos são diferentes e existe um pequeno truque que nos pode ajudar a saber qual o tempo correto a utilizar ou como conjugar um determinado verbo.

Pretérito Perfeito - Colocar a palavra "ontem"
Pretérito Imperfeito - Colocar a palavra (antigamente/antes)


Assim, imaginando que nos pedem para conjugar o verbo "comer" no Pretérito Perfeito:

(ontem) Eu comi.
(ontem) Tu comeste.
(ontem) Ele comeu.




 

Já no Pretérito Imperfeito:

(antigamente) Eu comia.
(antigamente) Tu comias.
(antigamente) Ele comia.

Verbos e pronomes pessoais reflexos

     A flexão verbal é um assunto muito sério (e difícil!), mas tudo piora quando se trata de juntar ao verbo pronomes pessoais reflexos. Uma forma inequívoca de saber se devemos colocar ou não o pronome?

1.º - Escreva a frase:
Tu fizeste o texto.


2.º - Coloque a frase na negativa:
Tu não fizeste o texto.


3.º - Repare: o "te" mudou de sítio quando pôs a frase na negativa? Não, então não se trata de um pronome, pelo que não deve ser separado da palavra com hífen.


Outro exemplo:

1.º - Escreva a frase:
Eu lavei-me com o sabão.

2.º - Coloque a frase na negativa:
Eu não me lavei com o sabão.

3.º - Neste caso, o "me" passou a estar antes do verbo, logo deve ser separado por um hífen por se tratar de um pronome.