quinta-feira, 28 de abril de 2016

Houve ou houveram?



     Dita a regra que o verbo concorda em número com o sujeito de uma determinada oração. No entanto, esta regra não se aplica ao verbo haver, quando ele substitui o verbo existir. Neste caso, o verbo é impessoal.

     Exemplo:
Houveram muitos problemas à porta da discoteca.*

     A forma correta é: Houve muitos problemas à porta da discoteca.

     Assim, sempre que o verbo “haver” substituir o verbo “existir” devemos escrevê-lo no singular:

- Havia problemas.
- Houve mudanças.
- Deve haver reuniões.
- Há discussões.
- Haverá alterações.

domingo, 17 de abril de 2016

“Há uns anos atrás”… Redundância ou incorreção?



     Cada vez mais se ouvem frases como “Fiz esse curso há dez anos atrás” ou “Devíamos ter tomado medidas há muito tempo atrás”.
     
     Os falantes consideram que a utilização da palavra atrás serve para intensificar a ideia de passado.
     
     No entanto, estas frases estão incorretas, não podendo sequer ser considerada a ideia de redundância ou “pleonasmo”.

     Vejamos:
     Nestas frases, o verbo HAVER significa “existir” e é usado para indicar um período que decorreu desde a ação referida até ao momento em que falamos sobre essa ação.

Alguns exemplos:
1. Há cinco anos que não o vejo. = Existe um período de cinco anos em que não o vejo. = O período em que não o vejo é de cinco anos. = Passaram-se cinco anos durante os quais não o vi.
2. Encontrei-o há uns dois meses. = Existe um período de dois meses entre o momento atual e aquele em que o encontrei. Passaram-se dois meses desde o momento em que o encontrei.
3. Isto aconteceu há quinze dias. = Existe um período de quinze dias entre o momento atual e aquele em que o facto aconteceu. Passaram-se quinze dias desde o momento em que o facto aconteceu.

     Concluindo: quando utilizamos o verbo HAVER com expressões de tempo, não devemos incluir o advérbio “atrás”.

sábado, 9 de abril de 2016

"O comer está na mesa" ou "A comida está na mesa"?




Alguns estudiosos dizem ser corrente empregar o infinito dos verbos como nomes (substantivos), sendo implícita a ideia de se referir ao ato de fazer alguma coisa.


Exemplo:


O saber não ocupa lugar.


O teu olhar é lindo.




No entanto, na maioria dos casos, existem nomes para nos referirmos às “coisas”. Os mesmos podem ser usados quando falamos e/ou escrevemos.



Quando dizemos “o comer está na mesa”, o que queremos realmente dizer é que o alimento que vamos comer está na mesa. Sendo assim, podemos referir-nos a esse alimento como “comida”, que é o nome que define genericamente o que vamos efetivamente comer.



Exemplo:


“A comida está na mesa” (ao invés de “O comer está na mesa”)

ou

“A sabedoria não ocupa lugar” (ao invés de “O saber não ocupa lugar”).



Conclui-se que não é gramaticalmente incorreto utilizar a expressão “o comer”.